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Uma influenciadora digital popular no TikTok, Mariam Cissé, de aproximadamente 20 anos, foi sequestrada e brutalmente executada em uma praça pública no norte do Mali. O crime, atribuído a supostos militantes jihadistas, ocorreu após a jovem ser confundida com uma espiã a serviço do exército do país, gerando uma onda de choque e indignação nacional.
Com mais de 90 mil seguidores, Mariam era conhecida por seus vídeos que celebravam sua cidade natal, Tonka. Em algumas de suas publicações, ela expressava abertamente seu apoio às forças armadas malinesas, chegando a posar com uniformes militares e prestando continência. Segundo familiares, essa demonstração de patriotismo pode ter sido sua sentença de morte.
A jovem foi sequestrada em um mercado local no dia 6 de novembro e, no dia seguinte, foi levada por quatro homens em duas motocicletas para ser executada. "Os terroristas a viram filmando e pensaram que ela os estava espionando", relatou o tio de Mariam, que testemunhou o assassinato. "Vendaram seus olhos e atiraram nela à queima-roupa. Ela foi atingida por quatro balas", detalhou.
O assassinato ocorre em um cenário de profunda crise de segurança e econômica que assola o Mali há 13 anos. Grupos extremistas, especialmente o Grupo de Apoio ao Islã e aos Muçulmanos (JNIM), afiliado à Al-Qaeda, têm intensificado suas ações. Desde setembro, o JNIM impõe bloqueios a cidades e estradas importantes, numa estratégia para estrangular a economia e enfraquecer a junta militar que governa a nação.
As ações dos jihadistas têm tido um impacto devastador, causando severa escassez de combustível que paralisou setores essenciais, levou ao fechamento de escolas e agravou a crise de eletricidade. A brutalidade da execução de Cissé remete ao sombrio período de 2012, quando grupos islamistas controlaram o norte do país, impondo um regime de terror com punições extremas e severas restrições às mulheres.
Diante da deterioração da situação, os Estados Unidos e o Reino Unido retiraram seu pessoal não essencial do país, e a União Africana pediu uma "ação internacional urgente". Embora alguns comboios de combustível tenham chegado recentemente à capital Bamako sob escolta militar, vastas áreas do Mali permanecem fora do controle do Estado. A morte de Mariam Cissé serve como um trágico símbolo da violência que aflige a nação e dos perigos enfrentados por seus cidadãos.
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