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A British Broadcasting Corporation (BBC), um dos maiores conglomerados de mídia do mundo, enfrenta uma de suas mais graves crises institucionais. O diretor-geral, Tim Davie, e a CEO da BBC News, Deborah Turness, anunciaram suas renúncias neste domingo (09/11) em meio a uma avalanche de críticas sobre um documentário a respeito de Donald Trump, que foi acusado pela Casa Branca de manipular informações e espalhar 'fake news'.
O epicentro da controvérsia é um programa veiculado às vésperas da eleição presidencial americana. Nele, a emissora reproduziu trechos de um discurso de Trump de 2021, momentos antes da invasão do Capitólio. A crise foi deflagrada por um dossiê do ex-consultor Michael Prescott, que apontou que a edição da BBC juntou duas falas distintas do republicano para sugerir um incentivo direto à violência. O trecho editado dizia: 'Nós vamos marchar até o Capitólio e eu estarei lá com vocês [...]. E nós lutaremos. Nós lutaremos à beça'.
Crucialmente, a reportagem omitiu a parte do discurso em que Trump pedia a seus apoiadores que protestassem de forma 'pacífica e patriótica'. A revelação levou a uma reação furiosa da Casa Branca, com a secretária de imprensa Karoline Leavitt classificando a BBC como '100% fake news' e uma 'máquina de propaganda'.
A pressão também veio de dentro do Reino Unido, com figuras conservadoras como o ex-primeiro-ministro Boris Johnson exigindo a saída de Davie. Em seu comunicado de demissão, Tim Davie admitiu falhas: 'A BBC não é perfeita, e temos que ser sempre abertos, transparentes e responsáveis [...]. Houve alguns erros e eu, como diretor-geral, tenho que assumir a responsabilidade'.
Deborah Turness, por sua vez, afirmou em nota que a polêmica estava 'causando danos à BBC', mas defendeu a instituição, declarando que 'as alegações recentes de que a BBC News é institucionalmente enviesada são errôneas'.
O caso expõe a vulnerabilidade da BBC, uma empresa pública financiada por uma taxa anual obrigatória cobrada de cada domicílio britânico, o que a coloca sob constante escrutínio. Em meio ao caos, vozes internas, como a do apresentador Nick Robinson, sugerem que pode estar em curso 'uma campanha política por pessoas que querem destruir a organização'. A saída da cúpula mergulha a emissora em um período de profunda incerteza, com a desafiadora missão de restaurar sua credibilidade.
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