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Em uma escalada diplomática significativa, o presidente da Colômbia, Gustavo Petro, anunciou nesta terça-feira (11) a suspensão imediata do envio de informações de inteligência aos Estados Unidos. A decisão é uma resposta direta às controversas operações militares americanas no Caribe, que resultaram na destruição de embarcações e dezenas de mortes sob a justificativa de combate ao narcotráfico.
A ordem foi comunicada por Petro através de uma rede social, onde declarou que a cooperação permanecerá interrompida enquanto os ataques persistirem. "Ordena-se, em todos os níveis de inteligência da força pública, suspender o envio de comunicações e outros contatos com agências de segurança dos Estados Unidos", afirmou o presidente, enfatizando que "a luta contra as drogas deve se subordinar aos direitos humanos do povo caribenho."
A medida colombiana não é um ato isolado. A decisão foi anunciada no mesmo dia em que a emissora CNN informou que o Reino Unido também suspendeu parcialmente o compartilhamento de inteligência com os EUA pelas mesmas razões, sinalizando um crescente descontentamento internacional com a tática americana na região.
Este episódio agrava a já deteriorada relação entre os governos de Petro e Donald Trump. Nas últimas semanas, a troca de acusações atingiu um nível alarmante. Petro chegou a acusar o governo Trump de assassinato, enquanto o presidente americano retaliou, chamando o líder colombiano de "traficante de drogas ilegal" e ameaçando intervir diretamente. "É melhor encerrar as operações de drogas ou os Estados Unidos as encerrarão por ele, e não será feito de forma gentil", alertou Trump.
A ofensiva americana no Caribe e no Pacífico, iniciada em setembro, já resultou no ataque a 20 embarcações e na morte de mais de 70 pessoas. O comando americano alega que os barcos pertenciam a organizações "narcoterroristas". A operação foi intensificada após os EUA elevarem para US$ 50 milhões a recompensa por informações que levem à captura do presidente venezuelano, Nicolás Maduro, a quem acusam de liderar o chamado "Cartel de los Soles".
Nesse contexto, autoridades americanas consideram Maduro um alvo legítimo, e Trump admitiu ter autorizado operações especiais da CIA em território venezuelano. O presidente americano justifica os bombardeios afirmando que cada embarcação destruída "representa 25 mil vidas americanas preservadas", e já indicou a possibilidade de realizar ataques terrestres contra cartéis na região, gerando um clima de instabilidade e incerteza em toda a América Latina.
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