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Em uma demonstração de força e realinhamento estratégico, o governo da Síria anunciou neste sábado (8) a realização de uma série de operações preventivas em todo o país contra células adormecidas do grupo terrorista Estado Islâmico. A ação ocorre às vésperas de uma viagem histórica do presidente sírio, Ahmed al-Sharaa, a Washington para um encontro com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
Um porta-voz do Ministério do Interior sírio informou à emissora estatal Al Ekhbariya TV que as forças de segurança conduziram 61 batidas, resultando na prisão de 71 suspeitos e na apreensão de uma quantidade significativa de explosivos e armas. A ofensiva é vista como um gesto de compromisso antes da participação de al-Sharaa em uma cúpula da coalizão liderada pelos EUA contra o Estado Islâmico.
A aproximação entre Damasco e Washington sinaliza uma profunda mudança na geopolítica do Oriente Médio, especialmente após a queda do regime de Bashar al-Assad, que era um firme aliado do Irã e da Rússia. Fontes revelaram à agência Reuters que os Estados Unidos estão se preparando para estabelecer uma presença militar em uma base aérea na capital, Damasco. O objetivo seria auxiliar na mediação de um pacto de segurança entre a Síria e Israel, arquitetado pelo governo Trump.
Essa nova cooperação é sublinhada pela recente decisão dos EUA e do Reino Unido de suspenderem, na sexta-feira (7), as sanções que pesavam contra Ahmed al-Sharaa. Anteriormente classificado como "terrorista" por suas ligações com a Al-Qaeda e o grupo Hayat Tahrir al-Sham (HTS), que ele liderou na derrubada de Assad em dezembro de 2024, Sharaa agora é visto como um parceiro.
O Departamento de Estado americano justificou a suspensão das sanções citando "o progresso demonstrado pela liderança síria" em áreas como o combate ao narcotráfico, a eliminação de armas químicas e a promoção da segurança regional.
Ahmed al-Sharaa, que chegou ao poder em janeiro, tem se empenhado em uma agenda diplomática para restabelecer os laços da Síria com a comunidade internacional. A transição de uma figura procurada pelos serviços de inteligência americanos, com recompensa por sua captura, para um chefe de Estado recebido na Casa Branca, ilustra a rápida e dramática transformação do cenário político sírio.
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