Painel
News Política

Reviravolta no 8/1: Moraes vota para reduzir pena de militares e desclassificar condutas na trama golpista

Voto de Moraes pode alterar destino de militares no STFEm um movimento que pode redefinir os rumos do julgamento sobre a trama golpista associada aos atos...

Por Redação — 18/11/2025 às 16:03
0
Compartilhar
Reviravolta no 8/1: Moraes vota para reduzir pena de militares e desclassificar condutas na trama golpista

Espaço Publicitário (AdSense)

Voto de Moraes pode alterar destino de militares no STF

Em um movimento que pode redefinir os rumos do julgamento sobre a trama golpista associada aos atos de 8 de janeiro, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), votou pela redução da punição a dois militares de alta patente. A decisão, proferida no plenário virtual da Corte, propõe a desclassificação das condutas imputadas ao coronel Estevam Cals Theophilo Gaspar de Oliveira e ao tenente-coronel Hélio Ferreira Lima.

Ambos são réus no inquérito que apura a tentativa de golpe de Estado e pertencem ao chamado "Núcleo 3" da investigação, que se concentra na participação de militares no planejamento dos atos antidemocráticos. O voto de Moraes, relator do caso, serve como um importante balizador para os demais ministros, que ainda apresentarão seus votos.

O que significa 'desclassificar a conduta'?

Na prática, o voto de Alexandre de Moraes sugere que os crimes atribuídos aos dois oficiais sejam reavaliados para uma tipificação penal mais branda. A Procuradoria-Geral da República (PGR) havia denunciado ambos por crimes graves, como abolição violenta do Estado Democrático de Direito e golpe de Estado, cujas penas podem ser severas.

No entanto, Moraes entendeu que as ações específicas dos dois militares não se enquadram nesses tipos penais mais graves. Ele propôs que a conduta de ambos seja desclassificada para o crime de incitação ao crime, previsto no artigo 286 do Código Penal. Esta alteração, se acompanhada pela maioria do plenário, resultaria em uma punição significativamente menor.

As acusações e a proposta de pena

As investigações apontam que os militares tiveram diferentes níveis de envolvimento na suposta trama. Segundo a denúncia, o coronel Estevam Cals Theophilo, ex-chefe do Comando de Operações Terrestres (COTER), teria participado de reuniões e concordado em apoiar o plano golpista, caso o então presidente Jair Bolsonaro assinasse o decreto de Garantia da Lei e da Ordem (GLO).

Já o tenente-coronel Hélio Ferreira Lima, ajudante de ordens de Bolsonaro, é acusado de ter participado da elaboração de documentos que sustentariam o golpe. Com a desclassificação proposta por Moraes, a pena para ambos seria convertida em uma detenção de apenas seis meses, além do pagamento de uma multa. Isso representa uma mudança drástica em relação às penas de prisão em regime fechado que poderiam enfrentar pelas acusações originais.

Próximos passos e o futuro do julgamento

O julgamento ocorre no plenário virtual do STF, onde os ministros depositam seus votos eletronicamente ao longo de um período determinado. O voto de Moraes, como relator, é o primeiro a ser apresentado e costuma influenciar o posicionamento dos demais colegas de Corte.

A decisão final dependerá da formação de uma maioria entre os ministros. Caso a tese de Moraes prevaleça, a sentença para os dois militares será consideravelmente atenuada. O desfecho deste julgamento é aguardado com grande expectativa, pois pode estabelecer um precedente importante para outros réus militares envolvidos na mesma investigação.

Espaço Publicitário (AdSense)

Comentários

Seja o primeiro a comentar! Seu comentário será publicado após moderação.