Sinalização Direta no Plenário
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), fez uma menção direta ao influenciador Paulo Figueiredo durante a sessão que analisava a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) contra o núcleo militar da suposta trama golpista. A citação ocorreu enquanto Moraes comentava a divulgação de uma carta apócrifa destinada aos comandantes das Forças Armadas, ligando a ação ao que a Polícia Federal (PF) classifica como o 'núcleo 5' da investigação.
Ao proferir seu voto pela aceitação da denúncia contra os militares, Moraes destacou que a disseminação da carta era uma tática para pressionar e incitar um golpe de Estado. Foi nesse contexto que ele afirmou que a ação partia do "núcleo 5, de Paulo Figueiredo", deixando claro que, embora não fosse o foco do julgamento em questão, o influenciador está firmemente no radar das investigações coordenadas pela Corte.
O Julgamento do Núcleo Militar
A sessão no STF tinha como pauta principal a denúncia contra o chamado 'núcleo 3', composto por oficiais de alta patente das Forças Armadas. Por unanimidade, a Primeira Turma do STF decidiu tornar réus os acusados de participação na tentativa de golpe. Com a decisão, os seguintes militares passam a responder a uma ação penal:
- Almirante Almir Garnier Santos, ex-comandante da Marinha;
- General Marco Antônio Freire Gomes, ex-comandante do Exército;
- Tenente-Brigadeiro Carlos de Almeida Baptista Junior, ex-comandante da Aeronáutica;
- General Estevam Cals Theophilo Gaspar de Oliveira, ex-chefe do Comando de Operações Terrestres (COTER);
- General Laerte de Souza Santos, ex-chefe do Estado-Maior do Exército;
- General Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira, ex-ministro da Defesa.
Eles são acusados dos crimes de tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito e golpe de Estado. A decisão marca um avanço significativo no processo que investiga os eventos que culminaram nos atos de 8 de janeiro.
'Núcleo 5': O Papel Atribuído a Paulo Figueiredo
Segundo o inquérito da Polícia Federal, a organização criminosa que planejou a trama golpista era dividida em vários núcleos de atuação. Paulo Figueiredo é apontado como o integrante único do 'núcleo 5', também denominado 'núcleo de incentivo'. A investigação sustenta que sua função era a de usar sua influência e seus canais de comunicação para incitar a população e os militares a aderirem a uma ruptura institucional.
As acusações contra ele incluem a propagação de desinformação sobre a lisura do processo eleitoral e a defesa pública de uma intervenção militar para impedir a posse do presidente eleito. A menção de Moraes reforça a tese da acusação de que os diferentes núcleos agiam de forma coordenada, cada um com uma tarefa específica para o sucesso do plano.
Implicações e Próximos Passos
A declaração de Alexandre de Moraes durante um julgamento de alta visibilidade serve como um forte indicativo de que as investigações sobre Paulo Figueiredo estão ativas e podem resultar em desdobramentos em breve. Ao conectar publicamente a atuação do influenciador com a dos militares que se tornaram réus, o ministro sinaliza a interligação das frentes investigativas.
Enquanto o processo contra o núcleo militar avança no STF, a situação de Paulo Figueiredo, que se encontra fora do Brasil, continua a ser apurada em um inquérito à parte. A citação pública, no entanto, eleva a pressão sobre o investigado e sublinha a abrangência da apuração conduzida pelo Supremo Tribunal Federal sobre os atos antidemocráticos.
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