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O Senado dos Estados Unidos aprovou nesta segunda-feira (10) uma medida crucial para encerrar a paralisação do governo federal, o "shutdown", que já se arrasta por 41 dias, marcando o período mais longo de inatividade governamental na história do país. A decisão, que agora segue para a Câmara dos Representantes, representa um possível alívio em meio a uma crise que suspendeu salários, afetou serviços essenciais e causou um verdadeiro caos no tráfego aéreo nacional.
O impasse foi quebrado após um grupo de senadores democratas decidir se juntar aos republicanos para avançar com a legislação de financiamento. O acordo prevê que, em troca da reabertura imediata do governo, a maioria republicana se compromete a realizar uma votação em dezembro sobre a ampliação dos subsídios da Lei de Cuidados Acessíveis (ACA), uma das principais bandeiras democratas. No entanto, a concessão dos democratas em não mais exigir a pauta da saúde como condição imediata está sendo vista por analistas e membros do próprio partido como uma capitulação estratégica.
A paralisação recorde gerou consequências severas em todo o país. Milhares de funcionários públicos foram afastados sem pagamento, a distribuição de ajuda alimentar foi comprometida e o setor aéreo sofreu com mais de mil voos cancelados e quatro mil atrasados. A crescente pressão econômica e social foi um fator decisivo para a busca de um consenso. Assessores da Casa Branca chegaram a alertar para o risco de um crescimento econômico negativo no último trimestre caso a crise se estendesse até o feriado de Ação de Graças.
Enquanto o Congresso negociava, o presidente Donald Trump intensificou seus ataques à Lei de Cuidados Acessíveis, conhecida como Obamacare. Em sua rede social, ele criticou os subsídios atuais e defendeu a substituição por pagamentos diretos aos cidadãos. Aliados do presidente, no entanto, garantiram que a proposta de saúde não será formalmente apresentada até que o governo seja reaberto, mantendo a linha de "não negociar com os democratas até que reabram o governo".
O projeto de lei será votado pela Câmara dos Representantes na próxima quarta-feira (12). Se aprovado, seguirá para a sanção do presidente Trump, encerrando oficialmente o shutdown. Embora a reabertura do governo esteja próxima, a trégua política pode ser temporária, com o sensível debate sobre o futuro do sistema de saúde americano já agendado para o final do ano.
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