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Fim do 'Prende e Solta'? Entenda como o PL Antifacção busca endurecer penas contra o crime organizado

O cerco ao crime organizado: a proposta do PL AntifacçãoUma das maiores queixas da população brasileira sobre a segurança pública, a sensação de 'prende e...

Por Redação — 18/11/2025 às 04:01
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Fim do 'Prende e Solta'? Entenda como o PL Antifacção busca endurecer penas contra o crime organizado

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O cerco ao crime organizado: a proposta do PL Antifacção

Uma das maiores queixas da população brasileira sobre a segurança pública, a sensação de 'prende e solta', está no centro de um intenso debate no Congresso Nacional. O chamado PL Antifacção surge como uma proposta robusta para combater essa percepção, focando em um dos pilares de sustentação das organizações criminosas: a rápida progressão de regime de seus membros.

Diferentemente do que muitos imaginam, o projeto não visa acabar com a liberdade provisória ou com as audiências de custódia. O seu principal objetivo é alterar a Lei de Execução Penal (LEP) para tornar mais difícil e demorada a saída de criminosos condenados, especialmente aqueles com vínculos comprovados com facções, de regimes fechados para o semiaberto ou aberto.

Como o projeto pretende limitar o 'prende e solta'?

A estratégia do PL Antifacção é atacar diretamente a estrutura de comando e a capacidade de recrutamento das facções, mantendo seus integrantes presos por mais tempo. A ideia é que, ao dificultar a progressão de pena, o Estado consiga desarticular a comunicação e a operação desses grupos, que muitas vezes continuam sendo comandadas de dentro dos presídios.

As principais mudanças propostas para endurecer as regras são:

  • Requisitos mais rígidos para progressão: O texto aumenta o tempo mínimo de cumprimento da pena em regime fechado antes que o detento possa solicitar a progressão para um regime mais brando.
  • Foco em lideranças: Para líderes de organizações criminosas, as condições se tornam ainda mais severas, com a possibilidade de vedação de certos benefícios, como as saídas temporárias ('saidinhas').
  • Critérios de comportamento: A proposta também pode incluir a necessidade de avaliações comportamentais mais rigorosas para atestar que o preso não mantém mais vínculos com a facção antes de progredir de regime.

Debate no Congresso: entre o endurecimento e os direitos

A tramitação do projeto não é um consenso. De um lado, defensores da proposta, incluindo grande parte da bancada da segurança, argumentam que o endurecimento é uma ferramenta essencial para frear a violência e desmantelar o poder das facções. Eles afirmam que as regras atuais são muito brandas e permitem que criminosos perigosos voltem rapidamente às ruas para cometer novos delitos.

Por outro lado, críticos e especialistas em direitos humanos alertam para os riscos de um aumento da superlotação carcerária, que já é um problema grave no Brasil. Além disso, apontam para possíveis questionamentos sobre a constitucionalidade das medidas, argumentando que a individualização da pena é um princípio fundamental que deve ser respeitado.

Quais as chances de aprovação e o impacto real?

O PL Antifacção encontra um ambiente político favorável a pautas de endurecimento penal, o que aumenta suas chances de avançar no Congresso. Contudo, a aprovação dependerá de extensas negociações e possíveis alterações no texto original para acomodar diferentes pontos de vista.

Se aprovado, o projeto não será uma solução mágica para o problema do 'prende e solta', que envolve desde a investigação policial até a estrutura do judiciário. No entanto, representa uma mudança significativa na execução das penas, com o potencial de manter lideranças e membros de organizações criminosas isolados por mais tempo, impactando diretamente sua capacidade de operação e influência na sociedade.

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