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Washington, D.C. – A mais longa paralisação da história do governo dos Estados Unidos, que se estendeu por 42 dias, está prestes a terminar. A Câmara dos Representantes, de maioria republicana, deve votar e aprovar nesta quarta-feira (12) um acordo para restabelecer o financiamento das agências federais, com o presidente Donald Trump já sinalizando que sancionará a medida.
O impasse, conhecido como "shutdown", ocorre quando o Congresso não consegue aprovar o orçamento federal, deixando o governo sem verba para operar serviços essenciais e pagar seus servidores. O centro da disputa desta vez foi a recusa dos democratas em aprovar o financiamento sem a extensão de programas de assistência médica cruciais, uma medida que os republicanos se opunham a incluir no texto principal.
O acordo que destravou a negociação, já aprovado no Senado por uma margem apertada de 60 a 40, representa um cessar-fogo temporário. Ele prorroga o financiamento do governo até 30 de janeiro de 2026, garantindo o funcionamento de programas de assistência alimentar (SNAP) até setembro de 2026 e impedindo a demissão de servidores públicos até o final de janeiro. Em troca, os republicanos se comprometeram a pautar a discussão sobre os subsídios de saúde em dezembro, embora sem garantia de aprovação, o que gerou críticas da ala mais à esquerda do Partido Democrata, que acusa seus líderes de cederem em um ponto crucial.
A paralisação teve um impacto profundo no país, afetando desde a segurança nos aeroportos até o pagamento de milhares de funcionários federais. O retorno dos parlamentares a Washington para a votação foi marcado por caos logístico, com muitos enfrentando voos cancelados devido à falta de pessoal e recorrendo a caronas ou longas viagens de carro para chegar à capital.
Uma pesquisa da Ipsos/Reuters no final de outubro indicou que 50% dos americanos culpavam os republicanos pela paralisação, contra 43% que responsabilizavam os democratas. Com a aprovação na Câmara, espera-se que o governo retorne à plena funcionalidade em poucos dias, trazendo alívio para milhões de pessoas, embora a normalização completa de setores como o aéreo possa levar mais tempo.
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