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WASHINGTON — Em uma votação crucial neste domingo, o Senado dos Estados Unidos avança com um projeto de lei que pode encerrar a histórica paralisação do governo federal, que já completa 40 dias. A crise, conhecida como "shutdown", deixou um rastro de transtornos, incluindo o afastamento de funcionários públicos, atrasos em programas de assistência alimentar e um caos aéreo com mais de mil voos cancelados e quatro mil atrasados.
A proposta em análise, fruto de intensas negociações bipartidárias, combina um financiamento temporário para o governo até janeiro de 2026 com um pacote orçamentário anual. O texto, que já foi aprovado pela Câmara dos Representantes, precisou ser modificado para angariar apoio no Senado. Segundo a agência Reuters, a expectativa é que pelo menos oito senadores democratas se juntem aos republicanos, garantindo os votos necessários para sua aprovação.
O avanço, no entanto, não significa uma reabertura imediata. Após a aprovação no Senado, o pacote legislativo modificado deverá retornar à Câmara para uma nova votação e, em seguida, ser encaminhado para a sanção do presidente Donald Trump, um processo que pode levar vários dias.
A chave para o acordo foi um compromisso costurado por um grupo de senadores moderados. Em troca do apoio democrata para reabrir o governo, os republicanos concordaram em pautar para dezembro uma votação sobre a extensão dos subsídios da Lei de Cuidados Acessíveis (ACA), o "Obamacare", uma das principais prioridades do Partido Democrata. A resolução também prevê a reversão de demissões de servidores federais e garante o financiamento por um ano do Programa de Assistência Nutricional Suplementar (SNAP).
Enquanto o Congresso busca uma saída, os efeitos da paralisação se aprofundam. A falta de controladores de tráfego aéreo ameaça o transporte durante o feriado de Ação de Graças, no final de novembro, e a Casa Branca já alerta para o risco de o crescimento econômico se tornar negativo no último trimestre caso a situação persista.
Paralelamente, o presidente Donald Trump intensifica sua campanha contra os subsídios do Obamacare, defendendo sua substituição por pagamentos diretos aos cidadãos. Em sua rede social, a Truth Social, Trump classificou os subsídios como um "desastre para o povo americano" e um "lucro inesperado para as seguradoras". No entanto, membros de seu próprio partido e de seu governo, como o secretário do Tesouro Scott Bessent, afirmaram que qualquer proposta de reforma da saúde só será discutida após o fim do shutdown.
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