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Em um cenário político cada vez mais polarizado, o governador da Califórnia, Gavin Newsom, emerge como uma das figuras mais proeminentes e combativas do Partido Democrata. Utilizando uma mistura de críticas políticas contundentes e provocações diretas nas redes sociais, Newsom não apenas desafia o presidente Donald Trump, mas também se posiciona como um forte candidato para as eleições presidenciais de 2028.
A mais recente investida ocorreu na segunda-feira (30), quando Newsom classificou a ausência dos Estados Unidos da COP30, em Belém, como pura “estupidez”. "É uma guerra ideológica a nível federal [na questão ambiental]. São interesses, siga o dinheiro. Estamos dobrando a aposta na estupidez nos EUA", declarou o governador, consolidando sua imagem de principal opositor às políticas ambientais da atual administração.
Essa postura beligerante tem rendido frutos. Uma pesquisa recente entre os democratas da Califórnia o coloca à frente da ex-vice-presidente Kamala Harris para as primárias de 2028, com 25% das intenções de voto contra 19% de Harris. Aos 58 anos, o ex-prefeito de São Francisco e atual governador em segundo mandato parece ter encontrado na confrontação direta com Trump a fórmula para ampliar sua projeção nacional.
O campo de batalha escolhido por Newsom é, muitas vezes, o mesmo de seu adversário: as redes sociais. De forma inusitada para um político de seu calibre, ele adotou a "trolagem" como arma, parodiando o estilo de escrita de Trump com letras maiúsculas, linguagem agressiva e o uso de apelidos. Em um dos episódios mais notórios, chamou o presidente de “TACO” — sigla para “Trump Amarelou Completamente” — ao anunciar que a Califórnia redesenharia seus mapas eleitorais em resposta a uma manobra similar no Texas.
"Donald ‘TACO’ Trump, como muitos o chamam, ‘perdeu’ o prazo! A Califórnia agora desenhará novos e mais belos mapas — eles serão históricos, pois encerrarão a presidência de Trump!", escreveu Newsom no X (antigo Twitter), em uma publicação que viralizou e exemplifica sua tática de usar o humor e a ironia para minar a autoridade do presidente.
Mas o embate não se limita ao mundo digital. Conflitos sobre a crise migratória escalaram a tensão, especialmente quando Trump enviou a Guarda Nacional para conter protestos na Califórnia sem consultar o governo estadual, resultando em confrontos violentos. Newsom responsabilizou publicamente a Casa Branca pela escalada da violência, aprofundando o abismo político entre os dois líderes.
Com um histórico político que inclui a defesa do casamento entre pessoas do mesmo sexo, a legalização da maconha e a proteção ao direito ao aborto, Newsom representa a ala progressista do partido. Após sobreviver a uma eleição revogatória em 2021 e ser reeleito com folga em 2022, ele se prepara para seu próximo passo. Impedido por lei de concorrer a um novo mandato como governador em 2026, todos os sinais indicam que seu alvo é a Casa Branca, e sua estratégia, por enquanto, é ser o reflexo mais provocador e incisivo do próprio Trump.
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