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O sistema prisional do Reino Unido está no centro de uma grave crise de confiança, colocando o governo sob intensa pressão política e pública. A revelação de que 262 detentos foram libertados por engano na Inglaterra e no País de Gales, entre março de 2024 e março de 2025, expôs falhas sistêmicas e gerou um debate acalorado sobre a segurança nacional. O número representa um alarmante aumento de 128% em comparação com os 115 casos registrados no período anterior.
A situação é agravada pelo fato de que quatro desses prisioneiros, soltos equivocadamente, ainda estão foragidos, aumentando a urgência e a criticidade do problema. A série de erros veio à tona com casos recentes de grande repercussão.
Na última semana, uma intensa operação policial foi montada para recapturar dois homens libertados indevidamente da Penitenciária de Wandsworth, em Londres. Brahim Kaddour-Cherif, um criminoso sexual de 24 anos, foi preso na sexta-feira (7/11) após ser reconhecido por um cidadão. Ele cumpria uma pena de 18 meses por atentado ao pudor. O outro detento, William Smith, de 35 anos, condenado a 45 meses por múltiplos crimes de fraude, entregou-se às autoridades na quinta-feira (6/11).
Outro caso que chocou o país foi o de Hadush Kebatu, um solicitante de refúgio da Etiópia, que foi libertado por engano da prisão de Chelmsford. Ele havia sido condenado por agredir sexualmente uma menina de 14 anos e uma mulher. Após ser recapturado, Kebatu foi deportado.
As falhas consecutivas provocaram uma forte reação da oposição. Robert Jenrick, secretário de Justiça da oposição, classificou os incidentes como um reflexo da "incompetência deste governo". Jess Brown-Fuller, porta-voz dos Liberais Democratas, descreveu a situação como "uma vergonha e uma completa bagunça", exigindo que "todos os recursos" sejam usados na busca pelos fugitivos.
Confrontado com a crise, o primeiro-ministro Keir Starmer admitiu estar "furioso e frustrado". Embora tenha atribuído a sobrecarga do sistema prisional a "falhas" do governo conservador anterior, ele assumiu a responsabilidade de solucionar o problema. "Reconheço que é nossa responsabilidade intervir e resolver isso", declarou.
Em resposta, um porta-voz do Ministério da Justiça assegurou que "a grande maioria dos criminosos libertados por engano são rapidamente trazidos de volta à prisão" e que o governo está colaborando com a polícia para capturar os que permanecem em liberdade. No entanto, com a confiança no sistema abalada, a promessa de "controles mais rigorosos" feita pelo Secretário de Justiça, David Lammy, é vista com ceticismo enquanto a busca pelos foragidos continua.
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