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Contradição Pré-COP 30: Governo Federal Luta na Justiça para Manter Usina de Carvão Poluidora em Funcionamento

Um Paradoxo Climático às Vésperas da COP 30Em um movimento que expõe uma profunda contradição na política ambiental brasileira, órgãos do governo federal e...

Por Redação — 18/11/2025 às 00:03
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Contradição Pré-COP 30: Governo Federal Luta na Justiça para Manter Usina de Carvão Poluidora em Funcionamento

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Um Paradoxo Climático às Vésperas da COP 30

Em um movimento que expõe uma profunda contradição na política ambiental brasileira, órgãos do governo federal estão atuando na Justiça para reverter a paralisação de uma das usinas termelétricas a carvão mais poluentes do país. A ação ocorre justamente enquanto o Brasil se prepara para sediar a COP 30, a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, em Belém, projetando uma imagem de liderança global na agenda verde.

A disputa judicial envolve a Usina Termelétrica de Candiota (Fase A), no Rio Grande do Sul, cuja operação foi suspensa por determinação da Justiça Federal devido a graves irregularidades ambientais e à falta de licenciamento adequado. No entanto, a Advocacia-Geral da União (AGU) e o Ministério de Minas e Energia entraram com recursos para garantir que a usina continue em operação, levantando questionamentos sobre o real compromisso do país com a transição energética.

A Batalha Judicial pela Usina de Candiota

A decisão de paralisar a Fase A da usina de Candiota foi resultado de uma ação civil pública que apontou os altos níveis de poluição e o descumprimento de normas ambientais. A usina, que utiliza carvão mineral, é uma fonte significativa de emissão de gases de efeito estufa e outros poluentes atmosféricos, com grande impacto na saúde da população local e no meio ambiente.

Contrariando a decisão, a AGU, representando o governo, argumenta que a paralisação da usina representa um risco à segurança energética do Sistema Interligado Nacional (SIN). O órgão defende a importância estratégica da planta para a estabilidade da rede elétrica, especialmente na região Sul.

Argumentos do Governo vs. Impacto Ambiental

A defesa pela manutenção da usina se baseia principalmente em três pontos considerados cruciais pelo governo:

  • Segurança Energética: A necessidade de manter a usina como uma fonte de energia firme para garantir a estabilidade do sistema elétrico.
  • Impacto Econômico: A relevância da usina para a economia da região de Candiota, gerando empregos e renda.
  • Planejamento de Transição: O argumento de que o fechamento abrupto impede uma transição energética justa e planejada para fontes mais limpas.

No entanto, ambientalistas e especialistas rebatem que a continuidade de uma usina tão poluente e obsoleta vai na contramão dos compromissos climáticos assumidos pelo Brasil no Acordo de Paris. Manter Candiota funcionando significa perpetuar um modelo energético insustentável, que ignora os custos ambientais e de saúde pública associados à queima de carvão.

A Incoerência na Liderança Climática Brasileira

A insistência em manter a usina de Candiota ativa cria um cenário de grande incoerência para o Brasil. De um lado, o país busca se posicionar como protagonista nas discussões climáticas globais, preparando-se para receber líderes mundiais na COP 30. Do outro, suas agências governamentais defendem ativamente a fonte de energia fóssil mais poluente do planeta.

Essa dualidade de discursos pode minar a credibilidade brasileira no cenário internacional e enfraquecer sua posição de negociação. A comunidade internacional observa atentamente se as ações domésticas do Brasil estão alinhadas com sua ambiciosa retórica ambiental. O desfecho do caso Candiota será, sem dúvida, um forte sinalizador do caminho que o país pretende seguir em sua jornada rumo a uma economia de baixo carbono.

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