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A crise gerada pela paralisação do governo dos Estados Unidos atingiu um ponto crítico nesta segunda-feira (10), com o presidente Donald Trump exigindo o retorno imediato de controladores de tráfego aéreo ao trabalho. Em meio a um cenário de mais de 7.200 voos cancelados desde sexta-feira, o mandatário usou sua plataforma Truth Social para emitir um ultimato, ameaçando com cortes salariais e demissões.
"Todos os controladores de tráfego aéreo devem retornar ao trabalho, AGORA!!! Qualquer um que não o fizer terá uma redução substancial no salário", escreveu Trump. A declaração agrava a tensão com a categoria, que já enfrenta o 41º dia de trabalho sem receber pagamento devido ao shutdown governamental.
O sistema aéreo do país está operando no limite. Com a falta de salários, muitos controladores têm reportado ausência por motivo de doença, em um movimento que sobrecarrega ainda mais as operações. Em resposta, Trump prometeu um bônus de US$ 10 mil (aproximadamente R$ 53 mil) para os "grandes patriotas" que não faltaram, enquanto ameaçava os ausentes: "Se quiserem deixar o serviço em breve, não hesitem em fazê-lo, sem nenhum pagamento ou indenização de qualquer tipo! Vocês serão rapidamente substituídos por verdadeiros patriotas".
Os reflexos da crise são sentidos por milhares de passageiros. De acordo com a plataforma FlightAware, além dos 7.200 cancelamentos, cerca de 28 mil voos sofreram atrasos desde a última sexta-feira. A Administração Federal de Aviação (FAA) já havia solicitado uma redução de 4% nos voos em 40 grandes aeroportos, e a situação tende a piorar.
O secretário de Transportes, Sean Duffy, alertou que o caos "só vai piorar" e que o transporte aéreo pode ser reduzido "ao mínimo" até o feriado de Ação de Graças, no final de novembro, uma das datas de maior movimento aéreo no país. Duffy mencionou a possibilidade de cortes de até 20% nos voos caso a paralisação do governo persista.
A crise tem como pano de fundo um impasse orçamentário no Congresso. Embora o Senado tenha aprovado um pacote para financiar o governo até o fim de janeiro, o texto ainda precisa passar pela Câmara dos Deputados e ser sancionado pelo presidente. Enquanto a disputa política entre republicanos e democratas se arrasta, 13 mil controladores e 50 mil agentes de segurança continuam trabalhando sem saber quando receberão seus salários, deixando o sistema aéreo do país à beira do colapso.
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