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Alcolumbre reage à indicação de Messias ao STF e pauta 'bomba fiscal' de R$ 82 bilhões

A Indicação que Abalou o SenadoA política em Brasília foi marcada por uma reviravolta de alta tensão nesta semana. Horas após o presidente Luiz Inácio Lula...

Por Redação — 21/11/2025 às 04:02
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Alcolumbre reage à indicação de Messias ao STF e pauta 'bomba fiscal' de R$ 82 bilhões

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A Indicação que Abalou o Senado

A política em Brasília foi marcada por uma reviravolta de alta tensão nesta semana. Horas após o presidente Luiz Inácio Lula da Silva oficializar a indicação de Jorge Messias, atual Advogado-Geral da União (AGU), para a vaga no Supremo Tribunal Federal (STF), uma resposta contundente veio do Congresso. O senador Davi Alcolumbre (União-AP), presidente da influente Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), pautou para votação um projeto que representa um impacto bilionário nas contas do governo.

A escolha de Messias contrariou diretamente as expectativas de Alcolumbre e de um poderoso grupo de senadores que apoiavam o nome do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), para a cadeira na Suprema Corte. Ao preterir Pacheco, o Palácio do Planalto abriu uma crise com um dos seus principais articuladores no Legislativo.

Retaliação Imediata na CCJ

A reação de Alcolumbre foi imediata e estratégica. Utilizando seu poder como presidente da CCJ, ele agendou a discussão e votação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) nº 10/2023, conhecida como 'PEC do Quinquênio'. A manobra foi amplamente interpretada nos bastidores como uma retaliação política e um claro recado ao governo sobre a insatisfação com a decisão de Lula.

A pauta, que estava parada há meses, foi subitamente ressuscitada, demonstrando a capacidade de Alcolumbre de impor uma agenda desfavorável ao Executivo. A CCJ é o primeiro e mais importante filtro para projetos no Senado, e a aprovação na comissão daria força para a proposta avançar para o plenário.

O Que é a 'Pauta-Bomba' do Quinquênio?

A chamada 'pauta-bomba' consiste na reintrodução de um benefício para membros da magistratura e do Ministério Público. A PEC prevê a criação de uma parcela mensal de valorização por tempo de exercício, correspondente a 5% do subsídio a cada cinco anos de serviço, com um limite de 35%.

O ponto mais crítico da proposta é que este valor seria pago como uma verba indenizatória, o que na prática o deixaria de fora do teto constitucional do serviço público. Os principais beneficiados seriam:

  • Juízes e magistrados de todas as instâncias;
  • Membros do Ministério Público (promotores e procuradores);
  • Ministros e conselheiros de Tribunais de Contas;
  • Advogados públicos e defensores públicos.

Impacto Devastador nas Contas Públicas

O governo federal é frontalmente contrário à medida devido ao seu potencial impacto fiscal. Estimativas de consultorias do Congresso e do próprio Ministério da Fazenda apontam que, se aprovada, a PEC do Quinquênio poderia gerar um custo anual de até R$ 82 bilhões para os cofres da União e dos estados.

Este valor representa um obstáculo gigantesco para a equipe econômica, liderada por Fernando Haddad, que luta para cumprir a meta de déficit zero em 2024. A aprovação da medida exigiria cortes drásticos em outras áreas ou levaria a um aumento significativo da dívida pública.

Um Jogo de Forças e Pressão Política

A decisão de Davi Alcolumbre de pautar o projeto transforma a sabatina de Jorge Messias, que também precisa passar pela CCJ, em um campo de batalha. O senador demonstra que o governo precisará negociar arduamente para conseguir aprovar seu indicado ao STF e, ao mesmo tempo, barrar a 'bomba fiscal'.

Este episódio evidencia a complexa relação entre o Executivo e o Legislativo, onde indicações para cargos estratégicos e pautas de interesse corporativo se tornam moedas de troca em um intenso jogo de poder. A força política de Alcolumbre no Senado é mais uma vez colocada à prova, testando a capacidade de articulação do governo Lula em um momento crucial.

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